Nesta sexta-feira, 03 de abril de 2020, o Centro de Operações de Emergências em Saúde Publica – COVID-19, ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, publicou o Boletim Epidemiológico número 06, sobre a Doença pelo Coronavírus 2019.
Foram destaques deste Boletim (mantivemos os números originais das figuras e tabelas, referidas no documento original):
- A Organização Mundial da Saúde informa que já são 972.640 casos confirmados no mundo e 50.325 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 5,2%. Segundo a avaliação da OMS de risco global, muito alta.
- Apoiar e proteger as pessoas com mais de 60 anos é assunto de responsabilidade de todos, embora todas as faixas etárias corram o risco de contrair COVID-19, esse grupo enfrenta um risco significativo de desenvolver doenças graves.
- O Ministério da Saúde do Brasil avalia o risco nacional como muito alto. Deste modo, as Unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e outros) estejam disponíveis em quantitativo suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo.
Situação epidemiológica no mundo:
Os Estados Unidos da América é o país com maior número de casos, totalizando 213.600, e a Itália acumula o maior número de óbitos, 13.917. A Europa é o continente mais afetado, seguido das Américas.
Situação epidemiológica no Brasil
Casos confirmados: 9.056 casos de COVID-19. Nas últimas 24 horas foram confirmados 1.146 novos casos da doença (+15%).
Concentração de casos por região do país: região Sudeste (5.658 ou 62,5%), seguido das regiões Nordeste (1.399 ou 15,4%), Sul (978 ou 10,8%), Centro-Oeste (594 ou 6,6%) e Norte (427 ou 4,7%).
Entre os estados com maior número de casos confirmados da doença estão: São Paulo (4.048 ou 44,7%), Rio de Janeiro (1.074 ou 11,9%), Ceará (627 ou 6,9%), Distrito Federal (402 ou 4,4%) e Minas Gerais (397 ou 4,4%).
Figura 1: Distribuição espacial dos casos de COVID-19. Brasil, 03 de abril de 2020.
Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde. Dados atualizados em 03 de abril de 2020 às 19h, sujeitos a revisões.
Óbitos confirmados no Brasil até 03/04/2020: 359 óbitos, o que representou um percentual de letalidade de 4,0%. Nas últimas 24 horas, foram informados 60 óbitos confirmados, o que representou um incremento de 20% em relação ao total acumulado até o dia anterior.
Figura 2: Evolução dos óbitos notificados de COVID-19 por dia. Brasil, 03 de abril de 2020.
Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde. Dados atualizados em 03 de abril de 2020 às 14h, sujeitos a revisões.
UFs com o maior número de óbitos confirmados por COVID-19 foram: São Paulo (219), Rio de Janeiro (47), Ceará (22), Pernambuco (10) e Amazonas (7).
Até o momento, apenas quatro estados da região Norte (Acre, Amapá, Roraima e Tocantins) não apresentaram óbitos confirmados de COVID-19.
Figura 3: Distribuição espacial dos óbitos confirmados por COVID-19. Brasil, 03 de abril de 2020.
Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde. Dados atualizados em 03 de abril de 2020 às 19h, sujeitos a revisões.
Com relação à idade, 242 ou 85% dos casos de óbito por COVID-19 registrados no SIVEP-Gripe tinham 60 anos ou mais (Figura 6B).
Figura 4: Óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19 segundo data de óbito (A) e faixa etária (B). Brasil, 03 de abril de 2020.
Fonte: Sistema de Informação de Vigilância da Gripe. Dados atualizados em 03 de abril de 2020 às 14h, sujeitos a revisões.
O boletim ainda traz informações e estatísticas sobre outros fatores associados à gravidade e óbitos por Covid-19, número de internações, avaliações sobre impacto da pandemia ao sistema de saúde e estratégias adotadas para controle da transmissão da Covid-19.
O boletim reafirma ainda algumas “[…] condições clínicas de risco para desenvolvimento de complicações:
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Cardiopatas graves ou descompensados (insuficiência cardíaca, infartados, revascularizados, portadores de arritmias, hipertensão arterial sistêmica descompensada);
- Pneumopatas graves ou descompensados (dependentes de oxigênio, portadores de asma moderada/grave, DPOC);
- Imunodeprimidos;
- Doentes renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5);
- Diabéticos, conforme juízo clínico;
- Gestantes de alto risco. […]”
Em suas conclusões, “[…] o Ministério da Saúde avalia que as estratégias de distanciamento social adotadas pelos estados e municípios, contribuem para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde, como observado em países desenvolvidos como Nova York/EUA, Itália, Espanha, China e recentemente no Equador. Ao tempo, essas medidas temporárias permitem aos gestores tempo relativo para estruturação dos serviços de atenção à saúde da população, com consequente proteção do Sistema Único de Saúde.
Avalia-se que as Unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e outros) estejam disponíveis em quantitativo suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo.[…]”.
Os Boletins Epidemiológicos COVID-19 da SVS estão disponíveis para acesso nos links abaixo:
Boletim Epidemiológico COVID-19/06
Boletim Epidemiológico COVID-19/05
Boletim Epidemiológico COVID-19/04
Boletim Epidemiológico COVID-19/03
Boletim Epidemiológico COVID-19/02
Boletim Epidemiológico COVID-19/01
Equipe InformaSUS-UFSCar
Créditos da imagem: Freepik no Freepik
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